Penso na vida. A vida é uma merda. Não acontece nada, acontece tudo. Acordamos, adormecemos. Ouvimos, permanecemos calados. Mentimos, mentem-nos. Enganamos, somos enganados. Pensamos, não chegamos a nenhuma conclusão. Escrevemos, apagamos (era o que eu devia ter feito com este post, mas ninguém o vai ler por isso este aparte era desnecessário). Agora, se, contra as minhas expectativas, alguém estiver a ler este blogue, o melhor que esse alguém tem a fazer é fingir que eu apaguei este post, fingir que não o leu e continuar a sua vida como faz normalmente. Porque ler este blogue é outras das coisas más que acontecem na vida e por agora já chegam, não?sexta-feira, 24 de abril de 2009
5.
Penso na vida. A vida é uma merda. Não acontece nada, acontece tudo. Acordamos, adormecemos. Ouvimos, permanecemos calados. Mentimos, mentem-nos. Enganamos, somos enganados. Pensamos, não chegamos a nenhuma conclusão. Escrevemos, apagamos (era o que eu devia ter feito com este post, mas ninguém o vai ler por isso este aparte era desnecessário). Agora, se, contra as minhas expectativas, alguém estiver a ler este blogue, o melhor que esse alguém tem a fazer é fingir que eu apaguei este post, fingir que não o leu e continuar a sua vida como faz normalmente. Porque ler este blogue é outras das coisas más que acontecem na vida e por agora já chegam, não?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
ler este blogue não é uma das coisas más que acontecem na vida. sobretudo quando se encontra alguém que está a sufocar como nós.
li-te até ao fim.
Estava aqui a pensar no que haveria de escrever e ainda não cheguei a uma conclusão, por isso vou escrevendo e veremos o que sai daqui. Em primeiro lugar agradeço por teres mostrado interesse no meu blogue, mas devias ter seguido o meu conselho e fingir que não tinhas lido o post, porque não quero contribuir para o aumentar da depressão de ninguém (já chega aquilo que temos de aturar todos os dias, não?). Em segundo lugar, queria dizer que é sempre bom encontrar alguém que está na merda como nós, mas não sei se isso será muito bom. É sinal de que é um mal geral e isso não é nada bom (peço desculpa pelo uso excessivo de "bom", mas o meu vocabulário é algo limitado). Agora é que já não sei o que dizer; vou ficar por aqui, por isso finge que aquele "em segundo lugar" ali em cima diz "em último lugar".
(quem diria que escrever um comentário dava tanto trabalho?)
eu nem sempre sigo os conselhos que me dão, o que até se pode revelar bom. encontrar as palavras que não somos capazes de pronunciar escritas por outra pessoa, noutro contexto e a alguma distância, torna-se, de uma forma um tanto estranha, reconfortante. não sei o porquê dessa sensação, visto que o sufoco, mesmo partilhado, não é mais simples de suportar.
não contribuíste para o aumento da depressão (aliás, recuso-me a chegar a esse ponto, tento matar os meus monstros sozinha. farto-me de me sentir mal. é verdade, torno-me insuportável para mim mesma. e isso é cansativo. ahah). como disseste, identificarmo-nos com alguém que está mais frágil não é bom e é sintoma de um mal geral. bem, acho que dissecar este assunto não anima ninguém, para além de que me tornaria uma chata.. mas penso que existem algumas razões para este "fenómeno" (termo muito na moda e que fica sempre bem empregar).
não tens de agradecer o meu interesse pelo teu blogue, conto vir visitá-lo mais vezes. espero que possa acompanhar pela tua escrita uma mudança para um tom mais leve, seria bom sinal. espero também que este e futuros comentários não te incomodem..
obrigada eu pela resposta, senhor esqueleto
pois, eu também nem sempre sigo os conselhos que me dão, mas desta vez vou tentar seguir os teus. por vezes penso que tenho de fazer alguma coisa para ficar melhor, mas não sei o quê, nem como. sinto-me muito parvo a lamuriar por causa da minha vida quando existem pessoas com uma vida pior que a minha, mas agora não interessa discutir este assunto, senão nunca saímos do tema da depressão e ficamos ainda mais deprimidos (assim não conseguirei aligeirar o tom da minha escrita). Os teus comentários não me incomodam nada. Para dizer a verdade, até me alegram. É bom saber que alguém se interessa por aquilo que escrevo. Já agora, tens algum blogue que eu possa ler?
a saída das fases mais complicadas passa não tanto por fazer alguma coisa que me faça sentir melhor, mas sim que me abstraia. às vezes "obrigo-me" a sair de casa, a ver coisas com que nem sequer me identifico, só para estar perto de realidades que não são a minha, e que por isso me fazem pensar noutra coisa que não eu. quando estamos em baixo somos uns grandes egocêntricos, por isso acho que só nos faz bem sair do nosso casulo confortável.
é bom saber que os meus comentários não te incomodam. acompanho alguns blogues mas nunca intervenho. decidi escrever-te, apesar de depois ter achado que comentar um tema tão pessoal podia ser um erro. ainda bem que não, e que até te alegrou. fá-lo-ei mais vezes, então. ou pelo menos tentarei..
já pensei várias vezes em começar um blogue, só que desisti sempre. penso que não o conseguiria alimentar. não de textos. de vez em quando desenho, e pode ser que um dia me atreva a partilhar o que vou rabiscando. se o fizer eu dou-te o link, fica assegurado.
são 03:05, espero que o meu cérebro não esteja já em modo aleatório. ahah
eu também tento fazer isso (sair de casa e encontrar algo que me distraia), mas acabo sempre por pensar "o que é que estou aqui a fazer?". mas não interessa, agora estou mais interessado nos teus desenhos, mas não os posso ver, só se tivesse o teu mail (mas não ias enviar os teus desenhos a uma pessoa que não conheces). eu também desenho de vez em quando, mas os meus não são algo que mereça ser visto. quand decidires criar o blogue avisa. Já agora, o teu cérebro parece funcionar muito bem às 3 da manhã
a pergunta sobre o que estaremos a fazer em determinado sítio é normal. uma vez dei por mim a deliciar-me com um gelado, sentada numa mesa de um centro comercial, a ouvir discussões entre casais e conversas de adolescentes rebeldes, enquanto tentava escrever uma carta. aprende-se imenso só a observar, e às vezes até tem o seu gozo quando se encontram coisas improváveis.
claro que podes ver os meus desenhos. não garanto que os aprecies.. na verdade nunca comecei um projecto muito pessoal, só tenho uma série continuada que realmente me deu prazer fazer. posso mandar um excerto, se quiseres, só preciso que me digas para onde.. e porque não vale a pena ver os teus?
gostei de ler o teu último post, em que falas de uma pandemia de felicidade. a ideia de contágio deixava de ser assustadora. mesmo com ironia, desta vez transformaste o medo em algo agradável. e ouvir de novo kings of convenience sabe sempre bem.
isso acontece-me frequentemente no metro, como podes ter visto por um dos últimos posts. uma vez uma senhora até se pôs comigo porque eu me comecei a rir do que ela estava a dzer. mas foi engraçado. Podes enviar os desenhos que quiseres para o meu e-mail: tibento_26@hotmail.com (não perguntes porque é que o meu e-mail é tão rídiculo, já o tenho há muito tempo e nunca me apeteceu mudar). podes adicionar-me no msn também se quiseres. talvez até valesse a pena mostrar os meus desenhos... vou pensar nisso. fico contente por saber que gostaste do último post, sempre foi menos deprimente que os anteriores, mas devo avisar-te que o próximo vai voltar a ser deprimente, porque estou a pensar nele agora e o meu estado de espíríto não é muito animador (talvez kings of convenience ajude).
Enviar um comentário