Naquela noite falávamos sobre a adaptação televisiva de Uma Aventura. As personagens, para adolescentes, eram muito viajadas. Assim, de repente, recordo-me que foram até ao Egipto, à Amazónia, a Cabo Verde e à Antárctida. Lembro-me de ler alguns volumes, nomeadamente o que se passava na terra dos faraós, mas nunca os cheguei a acabar. Já em criança se podia notar que eu era de deixar as coisas a meio, de nunca levar nada a bom termo. Depois disso, outra memória veio atrelada: o primeiro filme em que entrei. Estávamos no 7º ano e tínhamos de fazer um trabalho sobre o povo egípcio. Como o meu grupo só tinha pessoas geniais, lembrámo-nos de fazer uma curta-metragem sobre o processo de mumificação. Na primeira parte, lá estava eu, a explicar como aquilo se processava em tempos remotos, com nada mais do que uma toalha à cintura e maquilhagem para me escurecer a cara. Atrás de mim, um colega meu era envolto em lençóis brancos que, anteriormente, tinham sido as roupas das mumificadoras (não tínhamos grande orçamento). A última parte passava-se séculos e séculos depois, quando um grupo de exploradores decidiu entrar na pirâmide onde o meu colega havia sido sepultado. O filme acabava no estilo do Projecto Blair Witch, com todos a serem atacados e a múmia a saltar para cima da câmara de filmar. Supreendentemente, conseguimos a nota mais alta da turma e ficámos muito contentes. Como a vida era boa e simples... Quem diz que hoje não é? Não apareço em filmes, ando mais vestidinho, não uso maquilhagem e não me assusto com múmias: o que poderia ser melhor?
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2 comentários:
hoje que decidi ler 5 posts teus assim de rajada, ri-me muito, né?, porque tem mesmo muita piada imaginar um bando de putos feitos múmias. e essas coisas
Sim, realmente tem muita piada. Filmar também foi giro, tendo em conta que foi numa garagem onde estavam sempre a entrar carros e que eu passava o filme de toalha à cintura. Foi hilariante, para ser mais preciso.
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